Existem momentos na vida que nos fazem refletir e aprender né? Um erro desastroso na minha vida me fez aprender essas técnicas que vou compartilhar com você hoje.
Nesse post eu vou dar pra você um passo a passo de 9 anos aprendendo como aprender idiomas, com ele você será capaz de melhorar a compreensão na escuta de qualquer idioma, ao descobrir:
A primeira vez que eu escutei um francês nativo falar, eu fiquei apavorado.
Nessa época eu morava no Rio de Janeiro, onde cursei Relações Internacionais na UFRJ.
A parte interessante é que esse campus fica ao pé do Pão de Açúcar e a quantidade de turistas que eu via por dia era inacreditável.
Fazia 1 ano que eu estava estudando francês pela abordagem tradicional (cursinho, livro-texto, exercício de gramática e tema de casa...)
É... eu testei todos os métodos sim, até mesmo esse.
Bom, com 1 ano eu me achava apto a ir falar com um nativo em francês.
Era uma tarde de Sábado e eu estava subindo uma trilha que contorna o Pão de Açúcar, e, de repente, eu ouvi aquele sonido: era o francês.
Uma família, um grupo... não sei, aparentemente 25 franceses descendo pela trilha.
Tomei coragem e fui.
Quando me aproximava, percebi que não entendia quase nada que eles falavam.
Era tão rápido...
Estava decidido a ter minha primeira conversação em francês e tinha 25 oportunidades na minha frente.
Eu deixei cada uma delas passar.
Por medo.
Então se você quer aprender a ouvir em inglês ou qualquer outro idioma, não pode cometer os mesmos erros que eu cometi naquele tempo.
Felizmente eu já estava estudando como aprender idiomas há um tempo e sabia exatamente o que estava faltando.
Faltava-me treinar a capacidade de escuta, aprender a ouvir em inglês, francês... e qualquer idioma.
No post de hoje vou compartilhar 9 passos com você que vão transformar para sempre seu aprendizado de idiomas.
Garanto que, se aplicar as técnicas aqui descritas, vai desbloquear uma habilidade única e muito importante no aprendizado de idiomas: entender melhor quem fala rápido demais.
#1 Ouvir em Inglês ou qualquer outro idioma começa por encontrar material que você gosta de ouvir
Lembra da minha anedota sobre minhas aventuras no aprendizado de francês pelo método tradicional?
Então, eu era o cara da sala.
Exatamente, eu respondia às questões, apavorava nos testes orais... me achava o cara, o francêzão.
Ledo engano.
Sabe em que eu era bom? Em ouvir diálogo feito para aprendizado de idiomas.
Mas qual a parte ruim disso?
Esses diálogos para ouvir em inglês de cursinho, que vem junto com aqueles livrinhos de aprendizado de idiomas... são incrivelmente chatos.
Claro, quando você está no estágio zero tudo bem, dá pra aguentar alguma coisa.
Mas fazia 1 ano que eu estava aprendendo o idioma, não aguentava mais diálogo de livro.
A primeira coisa que eu fiz e que você deve fazer então é: encontre conteúdo, nesse idioma que você está aprendendo, mas conteúdo que te interessa como pessoa.
Por exemplo, eu amo filosofia. Felizmente há muita coisa em francês sobre o tópico.
Então eu encomendei vários audiolivros em francês sobre filosofia.
Nada complexo não, coisa básica como introdução à filosofia, introdução a Spinosa e coisas do tipo.
Eram aulas pequenas e bem simples de entender.
Ao total deram umas 100 horas de audiolivro.
Eu acho que consumi tudo em 1 mês.
Por quê? Porque eu amei o conteúdo, e aquilo me engajou a continuar, embora no começo eu estivesse entendendo pouco.
Eu estava desenvolvendo a tolerância à ambiguidade, habilidade muito importante para quem está aprendendo um idioma.
Mas não se procupe, falaremos mais sobre isso nos próximos tópicos.
Então tenha em mente isso: encontre materiais que você goste e que te motivem a continuar a ouvir em inglês ou qualquer outro idioma que você esteja aprendendo.
Depois da primeira dica você deve estar doido para ir para o YouTube ou Netflix para encontrar material, certo?
Essa é uma boa ideia.
Mas espere um pouco, antes você precisa saber disto:
Olha, se você é um completo iniciante nesse idioma, zero mesmo, não sabe nem como falar oi ou "eu" no idioma...
...se essa é sua situação, você deve sim passar um tempinho com material feito para aprendizado de idiomas.
Ou... pelo menos, áudios que não sejam tão difíceis de ouvir.
Com isso quero me referir a:
Esse tipo de conteúdo é importante somente no começo.
Eu sei... é chato, mas no começo, quando você está abrindo um idioma, sua curva de aprendizado é exponencial, como nessa foto:
Então a parte mais interessante quando você está começando é que você vê seu progresso, e isso te motiva.
Agora, quando você já passou da fase A1, já está estudando esse idioma por um tempo, a história é outra. Vamos a ela.
Vá... com avançado eu quero dizer um nível A2, você já compreende como dizer eu sou, oi, tchau, essas coisas bem básicas mesmo.
Se aquele idioma já começou a fazer sentido, você já deve passar para esse estágio.
Agora sim você deve sair da zona de conforto.
Lembra da história do meu aprendizado de idiomas?
Eu me recusava a sair do conteúdo para iniciantes, porque era onde eu dominava.
Entretanto sair da zona de conforto, expandir sua capacidade de entender o inglês falado ou qualquer outro idioma, é algo importante para você expandir para usar conteúdo feito para nativos.
Isso quer dizer que agora é hora de procurar vídeos no YouTube, conteúdos de nativos na Netflix.
Com conteúdo de nativo eu quero dizer o conteúdo feito para nativos daquele idioma, não conteúdo feito para aprendizado de idiomas.
A parte boa é que aqui começa a festa.
Aqui você deve selecionar o que você mais gosta.
Para isso... você pode seguir as dicas da próxima seção.
Bom, vamos faze rum resuminho do que vimos até agora:
Então aqui vai uma série de dicas, hackers e recursos para você encontrar materiais que você gosta.
Primeiro de tudo, faça uma lista de 5 a 10 tópicos de coisas que você gosta, de conteúdos que tocam você como pessoa.
Por exemplo, para mim essa lista será assim:
Depois que você escreveu esses tópicos em uma folha de papel, busque por conteúdos em:
Para além disso, você pode usar esses recursos que eu já falei lá no meu canal do YouTube.
Imagine o seguinte.
Você está aprendendo a jogar tênis e encontra um amigo para praticar.
Vocês jogam quase todos os dias, as vezes você ganha, as vezes ele ganha.
Os jogos são equilibrados e você se diverte com ele.
Certamente você dará o melhor de si para superá-lo ou para não deixar que ele passe na sua frente.
Agora imagina outra situação.
Você está aprendendo a jogar tênis e vai praticar contra a Serena Williams.
Vocês jogam quase todos os dias e você perde de lavada todo dia.
Os jogos não são equilibrados, ela humilha você todo dia.
Você vai continuar jogando?
Difícil né.
Agora, por que eu estou te contando isso em um post para você melhorar sua escuta para melhor ouvir palavras em inglês, francês ou qualquer outro idioma?
Você conhece a curva invertida em U? ou a chamada Yerkes-Dodson law? Ela é uma curva muito importante descoberta pelos psicólogos Robert M. Yerkes e John Dillingham em 1908.
A representação abaixo mostra exatamente o que a curva invertida em U quer demonstrar:
Na abscissa temos o eixo do estímulo. Quando mais para a direita, mais estimulados estamos. Na ordenada temos nossa motivação ou atenção. Quanto mais para cima, mais motivado estamos.
Veja que você precisa de algo que não seja tão tedioso, ou seja, que não seja perto do 0, nem para os níveis de estímulos ou atenção.
É aquela história do áudio feito para aprender idiomas.
É chato... você não se motiva, não é elevado ao pico da sua performance (bem no meio da curva).
Agora, o mesmo ocorre para os níveis muito difíceis, ou seja, o caso da Serena Williams.
Se o negócio é muito difícil, você se desmotiva.
Então o áudio que você tem que escolher é um áudio que não seja nem tão chato mas também que não seja tão difícil.
Você precisa encontrar materiais que goste e que possa entender ao menos 60%-80% do conteúdo.
Assim você se mantém atento e motivado a continuar.
Outro fato curioso aconteceu naqueles anos de Rio de Janeiro.
Eu tinha um negócio que faliu, enquanto eu fazia faculdade.
O problema foi o seguinte: eu malhava em uma academia no Rio de Janeiro que era meio cara para manter uma vez que minha renda tinha caido.
Então eu decidi saber como malhar fora da academia, coisas mais alternativas.
Fiquei um tempo sem me exercitar, somente buscando como fazer.
Depois de um tempo, fiquei me exercitando bem, fazendo calistenia... nada de muito especial.
Pouco via progresso, mas também eu não dava meu máximo.
Depois de uns anos, como não vi progresso, decidi dar meu máximo em cada repetição e avançar a passos largos para exercícios mais complexos, como, por exemplo, esses dois:


Tá, mas o que isso tem a ver com entender ingles falado ou francês, ou qualquer idioma?
Tudo.
A parte que eu passei só buscando como fazer foi uma parte passiva da minha atividade de malhar, eu não malhava, só procurava como fazer.
Os anos que passei malhando não dando meu melhor foram bons, mas não avancei muito.
Agora os melhores resultados vieram da terceira fase, o ano que decidi dar tudo de mim.
Aprender idiomas é saber usar todos esses níveis. Como estamos falando de escuta, essas competências dividem-se assim:
Então, você deve estar pensando, quando estou querendo melhorar a escuta em ingles devo fazer somente exercícios proativos, que dão o melhor resultado?
Nada disso.
Lembra da história sobre malhar fora da academia?
Sem eu ter passado a parte passiva, não encontraria os exercícios para fazer, sem ter ativamente feito os exercícios, nunca criaria o hábito de continuar, e se eu tivesse feito somente proativamente, dando meu melhor todos os dias, eu teria me esgotado rapidamente.
O truque aqui é usar os três níveis.
Na próxima seção eu vou dar um passo a passo pra você.
O que quero é que você entenda esses três níveis: Passivo, Ativo e Proativo.
O Proativo dá mais resultados, mas gasta mais energia, o Ativo é bom mas não dá tanto resultado, o Passivo dá menos resultados, mas é o mais fácil de fazer.
Você deve fazer essas três atividades em seu dia a dia, tendo sempre algo para ouvir passivamente, tendo conteúdo para consumir de forma ativa, e um hábito e horários fixos para o momento de foco: para a hora do proativo.
Neste vídeo abaixo eu mostro uma técnica que mistura ativo e proativo, é um modo que eu usei para dar uma melhorada no espanhol.
Só mais uma coisa antes de passarmos para o passo a passo em cada nível. Uma palavrinha sobra o nível proativo.
Esse nível de prática de escuta, você precisa de foco total.
Falo mais sobre a ciência desse "posicionamento" neste vídeo:
Agora está na hora em.
Preste bem atenção agora, pega uma água, tome suas notas e vamos fundo.
O nível passivo é o nível que você só ouve, segue o fluxo, sorri e acena...
Você não toma notas nem nada, só escuta, por exemplo:
E por aí vai.
Nesse nível você está acostumando seu ouvido à melodia do idioma. Como é um nível fácil de fazer, é onde você passa a maior parte do seu tempo, cerca de 60% de sua escuta pode ser passiva, sem problema nenhum.
Você lembra das dicas das seções 1, 2 e 3?
É questão de fuçar mesmo. Use as ferramentas da dica 3 e crie suas listinhas para o conteúdo que você quer consumir de forma passiva.
Uma dica para você criar o hábito de aprender idiomas todos os dias é tornar as coisas fáceis: sempre deixar esse áudio passivo pronto para ouvir no seu celular, os fones de ouvido próximos etc.
Sei o que você deve estar pensando: uma boa hora para ouvir áudios de modo passivo é dormindo né?
Hmmm... para mim não, e eis a ciência do porquê:
Primeiro de tudo, segundo o PHD de Harvard Steve Brown, para que possamos aprender uma coisa precisamos:
Se estamos dormindo, não estamos decodificando nada, nosso cérebro está desligando, isso porque para que possamos decodificar algo, precisamos da parte do córtex pré-frontal para isso, e essa parte "desliga" quando dormimos.
Em segundo lugar, quando dormimos, deixamos nosso cérebro trabalhar em modo difuso, como conta Barbara Oakley.
Nesse estado de repouso, nosso cérebro "rumina" aquilo que aprendemos no dia anterior e consolida os padrões mentais.
Então aqui vão dois argumentos, pautados nos estudos dos maiores PHDs do mundo sobre aprendizado e neurociência da mente:
Então, eu estou te dizendo para não ouvir palavras em inglês ou outros idiomas, enquanto dorme?
Não. Estou dizendo que a ciência diz que não funciona e que, inclusive, isso pode ser prejudicial se o áudio prejudicar seu sono.
Veja que ciência também não disse que ouvir dormindo ajuda.
Entretanto, nenhuma pesquisa foi capaz de dizer que não funciona. Essa é uma questão "aberta" para muitos. Entretanto, para mim, pautado nos estudos que citei acima, eu não ouço nada enquanto durmo.
A parte ativa da sua escuta, para você melhorar e aprender a ouvir em ingles, ouvir em frances ou até mesmo mandarim, é a parte que você foca naquilo que está ouvindo. Essas atividades incluem 3 práticas, principalemente:
Você está tendo uma exposição dupla aqui: ler enquanto ouve, ou ouvir mais de uma vez. O importante do ativo é o foco, ausente no passivo.
O que distingue o nível ativo e proativo é que no nível proativo você não só está totalmente focado, mas está fazendo outras atividades também, como, por exemplo, tomar notas.
O nível proativo, como o nome já diz, é um nível de foco intenso em que você está ativamente engajado no material que consome.
Vou dar um passo a passo para que você possa tirar o máximo proveito de qualquer material de áudio para você aprender a ouvir em inglês ou outros idiomas:
Quando você for praticar suas seções proativas, é bom seguir os conselhos da seção 4.1 (esteja focado, talhe seu derredor e sente direito).
Recomendo também que mantenha um horário fixo para essas seções proativas. Uma hora por dia de foco proativo é o suficiente. Falarei mais sobre isso na seção 9.
O que eu quero dizer com focar na floresta e não nas árvores?
Quero dizer que na primeira vez que você vai ouvir o áudio, foque apenas na imagem geral, em grandes linhas do áudio.
Tenha seu papel e caneta na mão para responder a essas perguntas:
Você não precisa, necessariamente, escrever uma frase para cada resposta. Nada disso. Nessa primeira vez, palavras soltas são o suficiente. Por exemplo, você terá uma estrutura mais ou menos assim:
Agora sim está na hora de voltar a ouvir o áudio uma segunda vez e buscar os detalhes. Uma boa opção aqui é diminuir a velocidade do áudio e ir acompanhando.
Use aquela sua estrutura anterior para completar as informações faltantes.
Escreva uma ou duas frases para cada um dos tópicos que você listou anteriormente.
Nessa terceira vez que você irá ouvir o áudio, busque somente ouvir os detalhes que você não entendeu.
Você já escutou o áudio uma vez, entendeu a imagem geral. Depois ouviu uma segunda para entender os detalhes.
Agora foque somente naquelas partes que você mais teve dificuldade para entender o que foi dito. Não se preocupe se você ainda não conseguir entender, a melhor coisa é ouvir sempre uma terceira vez para tentar pegar alguma coisinha.
É isso, sua seção Proativa acabou!
Outra dica que não posso deixar de falar aqui é aumentar seu vocabulário.
Óbvio, as seções passivas ativas e proativas irão sim aumentar seu vocabulário, mas enquanto você faz as seções ativas e proativas, vá anotando as palavras que não conhece.
Assim você pode usar alguma das técnicas dessa minha playlist para aumentar seu vocabulário, usando a repetição espaçada.
O aumento de vocabulário faz com que você possa expandir sua compreensão de qualquer áudio.
A cada nova palavra que você aprende, você cria uma entrada no seu dicionário mental.
Claro que para que você consolide essa palavra, você precisará ver e revê-la constantemente.
É por isso que as seções passivas servem.
O uso de técnicas como a da lista de ouro ou do software Anki irão adicionar frações a essa sua condolidação.
Como eu disse na seção 5.1.1, aprender alguma coisa é decodificar, consolidar e clarificar modelos mentais.
A maneira mais fácil de decodificar é com seções proativas e ativas. Seções Passivas ajudam a consolidação e métodos de aprendizado de vocabulário ajudam na clarificação.
Vai dizer... maneiro né?
Na seção 9 falarei sobre como criar hábitos e rotinas para tornar a escuta uma atividade automática na sua vida. Assim você não precisa gastar energia mantendo-se motivado(a).
Mas antes de chegar lá, preciso dizer isto: para manter você interessado em continuar ouvindo todos os dias, variar o conteúdo é sempre uma boa pedida.
Lembra que na seção 3 eu disse pra você listar de 5 a 10 tópicos e procurar áudios em certas mídias?
Então, você realmente precisa fazer isso.
Eu facilmente vou de um audiolivro com um guru de produtividade da toyota para um livro de filosofia do do século XVIII.
É assim que eu sou, eu gosto desses tópicos.
Cada um adiciona algo diferente na minha vida.
Se eu passasse todo o tempo ouvindo coisas sobre produtividade... uma hora cansa.
Então mantenha seu material sempre bem variado.
Eu sempre estou recomendando novos livros e conteúdos legais que encontro nas redes sociais, como pelo insta: @eliezerpiano; ou no canal do telegram, que você pode encontrar clicando aqui.
Esta é uma das habilidades que todos que aprendem idiomas devem desenvolver: a tolerância à ambiguidade.
Somos viciados em querer compreender tudo pois consumimos informações 24 horas por dia em nosso idioma nativo.
Claro que queremos sempre entender tudo que se está passando, é natural depois de adulto.
O problema é o seguinte: isso é uma ilusão.
Nós não compreendemos tudo que se está passando, mas pensamos que sim.
Vou deixar as discussões filosóficas de lado, aqui não é lugar para isso.
Mas quero que você entenda uma coisa: quando você começar seu estudo de idiomas, ou quando for querer passar para mídia de nativos, é claro que vai ser difícil.
Você não vai entender 40, 50% do que se está falando.
Vai dar aquela sensação de que você é um idiota e que nunca vai aprender um idioma.
Você vai começar a pensar que os outros sabem mais... que talvez você seja uma farsa, que a ciência mente, que há algo de errado com seu cérebro.
É... eu também passo por isso.
Mas é necessário ser tolerante com a ambiguidade, tolerar essa incompreensão.
Veja as crianças, elas não entendem o que a mãe está querendo dizer 100%.
Mas elas continuam, aos tropeços, aprendendo dia após dia. Relevam o que não entendem, compreendem uma fração aqui e ali e seguem o processo.
Você já fez isso, basta desenvolver essa tolerância à ambiguidade uma vez mais.
Aqui está a melhor dica para desenvolvê-la: seja paciente.
Se você não está convencido, vou dar um exercício pra você.
Pegue o livro Os Lusíadas de Camões e vá lendo ele.
Você vai experimentar o que eu quero dizer com tolerância à ambiguidade: você não vai compreender do que ele está falando, o que são todas aquelas imagens, que palavras são aquelas...
E o conteúdo está em português em!
Seja paciente.
Quer aprender idiomas? Seja paciente; quer ler poesia? Seja paciente; quer ler literatura? Seja paciente; quer ver filmes e séries sem legenda? Seja pa... você entendeu.
A primeira coisa a ser considerada é o seguinte: intencidade é melhor que quantidade.
Exatamente isso.
De nada adianta você passar o dia inteiro ouvindo áudio passivo e vez ou outra usar as técnicas proativas.
Fixe seus horários e pratique intensamente, um pouco, mas tem que ser todos os dias.
Você pode ler esse post inteiro sobre como você pode criar um planejamento a prova de falhas para aprender ingles ou qualquer idioma com uma rotina poliglota. Ele vai ajudar você a criar hábitos e tornar o estudo de idiomas automático.
Como Van Patten e Jessica Williams mostram nesses tudo de 2007 os hábitos e a prática constante todos os dias são os maiores aliados para a criação de habilidades.
"Those who know nothing of foreign languages know nothing of their own" - Johann Wolfgang Von Goethe.
Aprender a ouvir em inglês ou outros idiomas envolve saber como escolher o melhor material para que você se mantenha engajado em melhorar a escuta; bem como envolve saber como usar os níveis passivo, ativo e proativo para aumentar seu vocabulário, consolidar seus modelos mentais enquanto cultiva uma certa tolerância à ambiguidade, habilidade fundamental para criar o hábito de ouvir outros idiomas todos os dias e não desistir.