Você não gostaria de aprender as coisas como os gregos aprendiam?
Na verdade... você sabe como eles aprendiam? Era muito menos o método de ensinar, e muito mais o método de aprender. E o que isso quer dizer? Ora, as técnicas de aprendizagem da antiga grécia eram todas voltadas para aguçar a criatividade do indivíduo. Desde música, exercícios físicos, matemática e até discussões filosóficas.
Os professores, como foram Platão e Aristóteles, eram mentores, não professores como entendemos hoje. Isso quer dizer que eles não ensinavam no sentido moderno da palavra ensinar, que significa transferir conhecimentos... doutrinar. Nada disso.
Os mestres apontavam o caminho. Os alunos seguiam caso desejassem. Mais de uma vez, o próprio aluno voltou-se contra o mestre. Ora, essa é a história do próprio Aristóteles!
Daí então a ideia de que os gregos aprendiam sozinhos: aprendiam pois usavam o substrado daquilo que lhes era passado para criar suas próprias hipóteses.
Neste artigo iremos ver porque a prática de autodidatismo tem várias vantagens sobre o método convencional escolar/universitário de estudo; bem como veremos algumas técnicas muito usadas por auto didatas e qual é seu ponto fundamental no desenvolvimento do inidvíduo como um todo.
A título de explicação, tomo a palavra auto didata não aquela pessoa que aprende tudo sozinha. Uma vez no mundo já marcado por outros, em contextos de livros e conhecimentos já escritos, o auto didata é aquele que recolhe todo o material à sua volta tendo em mente seus próprios objetivos e utilizando os meios únicos e mais adaptáveis a cada indivíduo.
Há quatro informações importantíssimas sobre ser autodidata. A primeira é: você sabe o porquê de estar estudando.
Diferente de estudar para ganhar nota, passar na prova etc., a prática de autodidatismo fomenta o porquê da pessoa que busca o conhecimento. Seja ele qual for. Não há julgamentos de valores aqui.
O segundo segredo é: você controla oque você estuda. E isso é muitissimo importante.
Lembro-me de ter estudado textos e fórmulas longuíssimas na universidade e tudo que eu pensava era: quando chegar as férias, eu vou estudar aquilo que eu quero.
Controlar aquilo que estudamos é um elemento automotivador e sempre estará ligado aos nossos objetivos mais íntimos... sabe, aqueles que nos fazem motivados, a buscar sempre querer mais.
Em terceiro lugar, você controla o onde e quando estudar. Ir por alguns tópicos vezes é muito trabalhoso, e gasta energia que muitas vezes não temos. Por exemplo, imagine que você é um trabalhador no ramo imobiliário.
Passa o dia na rua. Cansado, chega em casa e tem um tópico inteiro sobre derivadas integrais duplas... niguém merece!
Controlar o tempo e quando estudamos ajuda com que possamos desempenhar aquela atividade nos nossos melhores momentos: quando temos o pico de nossa produtividade.
E, por fim, você controla o como. Muitas pessoas aprendem de modo diferente umas das outras. Assim como nossos horários de pico são diferentes, também temos métodos diferentes de aprendizagem e é exatamente sobre isso que eu quero falar no próximo tópico.
Em resumo:
Há algum tempo venho estudando técnicas científicamente provadas de estudos e aplicando várias delas.
Algumas funcionam para mim, e outras nem tanto. Aqui darei três técnicas muito interessantes pelas quais eu cruzei ao longo do tempo, e que aumentaram muito minha produtividade neste percurso:
O grande livro Make it Stick (e vários outros) sempre ressaltam o poder de se estudar por metáforas. Ou, em outras palavras, estudar imaginando vivamente o tópico estudado.
Há vários conceitos abstratos quando estudamos, e tentar trazê-los vivamente à mente ajuda muito a entender melhor o tópico. Por exemplo:
Imagine que você quer entender como funcionam as ativações neuronais cerebrais para que possamos aprender as coisas.
Pensar em neurônios e padrões de ativações pode parecer um tópico complicado sem a ajuda da imaginação.
Mas, se você parar e refletir, os neurônios não são muito diferentes de correntes elétricas!
Então... aprender alguma coisa, significa que uma corrente elétrica passará por um certo padrão de fios elétricos. Ou seja, há uma corrente que passa por algum padrão definido. Igualiznho quando acendemos a luz: a energia vai do interruptor, percorre todo o fio, e chega na lâmpada.
Saber é exatamente isso: a corrente percorre o mesmo caminho do interruptor à lâmpada. Cada padrão significa um conhecimento novo.
Usar analogias criativas e imaginativas transformam os conceitos mais fáceis e claros de estudar. Não é à toa que os gregos usavam analogias para estudar.
O que você acha que são os mitos em? São representações de situações morais da vida... através de uma representação pictória que se torna muto mais fácil de representar... e daí tirar lições.
Da uma olhada nesse vídeo sobre as técnicas gregas de autodidatismo aplicadas a idiomas:
Outro método interessantissimo é o de Stanislavsky. Aqui, você usa sua conexão emocional com o assunto. E isso faz toda a diferença.
Stanislavsky dizia que um bom ator representa aquilo que tem dentro de si; representa tanto melhor quanto consegue retirar de sua própria experiência de vida as emoções que quer representar no palco.
Diz ele que, quando precisava representar algo muito sofrido, que se relacionava à angústia ou algo parecido... lembrava-se quando era novo e deveria tomar banho gelado na Rússia com uma temperatura abaixo de 40ºC
Isso ilustra bem o ponto.
Se você é conectado emocionalmente com seu tópico, sua energia e criatividade são aumentadas.
Agora, pergunto: como se conectar com um assunto que não gostamos?
É simples, e isso me ajudou muito.
Antes de estudar este tópico, busque qual foi o esforço das pessoas que o criaram, qual é o trabalho por trás desse conhecimento.
Por exemplo, se você quer aprender Progressão Geométria e Aritmética... vale muito a pena você conhecer a história de Gauss, e o que ele tem a ver com isso!
Uma rápida pesquisa no Wikipédia é o suficiente. O YouTube pode ajudar também.
Lembre-se, você só quer entender o esforço humano por trás do conceito para conectar-se melhor com ele.
Richard Feynman foi um grande professor de física. Chamado "O Explicador", Feynman foi nobel de 1965 e seu nome leva uma técnica de estudos muito simples e poderosa.
A técnica Feyman consiste no seguinte: tentarmos lembrar de algo antes de buscarmos a resposta. Ela pode ser estabelecida em 4 passos simples:
Esses passos simples ajudam, a uma só vez, você identificar onde tem maiores dificuldades, e ainda ajuda com que você acostume-se com a prática do chamado mental retrival, uma técnica muito eficiente de estudos.
Mas... sobre ela falarei em post futuro.
Nunca esqueça: o autodidatismo reconhece o seu 'porque' de estudar, potencializando seus meios e métodos de estudos.
Esses devem ser capazes de conectá-lo emocionalmente com seu tópico, devem ser meios criativos de estudos que evitam a mera repetição e resumo 'parafraseado' de professores e autores. Mas devem ser métodos pessoais, em que você engaja-se ativamente no seu material: criando metáforas, ou buscando no fundo do ceu cérebro aquilo que aprendeu sem buscar a resposta de antemão.